Sep 15, 2012

Uma verdade.


A cada dia que passa vejo e aprendo mais e mais, e a cada dia que passa fico com mais perguntas por responder...

Vejo-me confrontada com a realidade em que vivo e não gosto do que sinto! Deixem-me contar-vos uma pequena história; Estávamos em Dezembro de 2005 e pela primeira vez eu e a minha família fomos passar a quadra natalícia em Angola, terra natal do meu pai. Eu estava super entusiasmada, visto que desde criança que sonhava com esse momento de visitar as raízes da família! Já me tinham avisado para estar preparada para ver Pobreza em primeira mão e eu, na minha inocência de 16 anos, julgava que o que as revistas e os livros da escola mostravam sobre o assunto era mais que suficiente para me preparar. Nada disso. Confrontei-me com tantos episódios de pobreza total que alguns casos levaram-me as lágrimas ao olhos, desde crianças a banharem-se em águas de esgoto na rua até um sorriso de uma menina quando lhe demos uma boneca para as mãos; boneca essa que devo confessar com alguma vergonha, nunca foi das minhas preferidas. Daí ter optado por pôr dentro do saco de brinquedos Para Dar.

Nunca me faltou nada. Comida, brinquedos, família, alegria, jogos, consolas, TUDO! Eu tive tudo! E tenho de agradecer aos meus pais por me terem proporcionado uma infância onde ser feliz era a única coisa que me preocupava.

Agora que cresci, olho para tudo aquilo que me rodeia e sinto... Raiva! E vontade de fazer alguma coisa!

Acabei de ver um documentário sobro a produção de cacau na Costa de Marfim. Estou chocada como as grandes companhias não abrem os olhos (ou melhor fecham os olhos) a estas realidades... Exploração infantil não é um caso sem remédio! Por amor da Santa, façam alguma coisa, não olhem somente para os lucros e deixem de lado o capitalismo medíocre e o materialismo absoluto.

E agora... O que posso eu fazer? Eu quero realmente deixar um mundo melhor para quem vier a seguir a mim. É uma questão de ter orgulho no que é meu! Chamemos-lhe um patriotismo elevado ao nível máximo.

Ah, como era bom que com um estalar de dedos, fosse possível alterar a maneira como as pessoas pensam. Aqueles políticos corruptos, os ignorantes, os estúpidos, os conflituosos, os invejosos e os gananciosos! Todos, de um momento para o outro, mudam de idealismos e filosofias.

Ah, como o mundo seria um lugar melhor.

Às vezes até prefiro não ver televisão, ler jornais ou ouvir rádio... A Media infecciosa e contagiante que  alastra a ideia do supérfluo e do materialismo que reina o nosso mundo, poderia também com um estalar de dedos mudar radicalmente. E em vez de haver intervalos para comerciais de fast food, ou grandes negócios de compra de carros, mini documentários sobre a situação actual do mundo ocupavam os excessivos 15min entre partes de programas...


Ahh, como seria possível mudar tanta coisa, se toda a gente do planeta estivesse a remar para o mesmo lado...

No comments:

Post a Comment